Fui diagnostica com câncer de mama durante a 28 semana de gravidez. Durante uma festa ao palpar minha mama senti um nódulo, que no início não dei muito importância, uma vez que na primeira gestação eu já tinha apresentado um nódulo parecido. No entanto, a madrasta do meu esposo foi diagnostica com câncer de mama e devido a esse episódio resolvi marcar uma consulta. No dia 13 de dezembro fui a consulta e o médico me pediu um ultrassom. Em virtude das festas de final de ano, só fui realizar o exame no dia 9 de janeiro e foi aí que o médico imediatamente solicitou uma biopsia. Eu indaguei o médico o motivo da biopsia uma vez que já tinha feito ultrassom duas vezes da mama e nunca haviam me pedido uma biopsia, e o médico relatou que o nódulo estava relativamente grande e em uma região que passa muito sangue, mas que acreditava não ser maligno. No entanto, no dia 21 de janeiro o médico entrou em contato e disse que o resultado era positivo para malignidade, e que era um câncer de mama metaplasico (câncer muito raro e muito agressivo). No momento fiquei muito assustada e como moro no Canadá não tem como marcar consulta com vários médicos para pegar segundas opiniões. Aqui, você tem que esperar para ter uma consulta. Sabendo da minha situação, um médico da família me encaminhou para um cirurgião para saber um pouco mais sobre o tumor. Simultaneamente, ele estava em contato com uma oncologista que informou que o tumor era raro e que muitas das vezes, o tumor não respondia ao tratamento. Sendo assim, após 1 mês do diagnostico, gravida de 7 meses eu fiz a mastectomia unilateral, retirei toda a mama esquerda. Como eu descobri bem no início não tinha nenhum linfonodo envolvido. Esse câncer geralmente é descoberto em estágios bem devolvidos, mas o meu estava no estágio 2. Com todo esse processo eu comecei a criar um bloqueio sentimental pela minha bebê, pois eu tinha muito medo de perder ela e o câncer ocupava 99% da minha mente não conseguindo nem me preocupar com a minha gravidez e após 6 semanas da mastectomia os médicos induziram o meu parto. Eu tive um parto natural induzido com 36 semanas, minha primeira gravidez foi cessaria e, eu desejava que fosse vaginal, mas com o diagnostico pensei que não seria mas possível. Mesmo assim, os médicos me acalmaram bastante e foi um parto lindo. Após o nascimento eu amamentei por 2 semanas e depois eu comecei a quimioterapia. Para mim os dois momentos mais difíceis foram o do diagnostico e o da quimioterapia. A quimioterapia é realmente muito difícil me deixava muito abatida, não sei se era porque eu já estava com os hormônios alterados devido ao fim da gravidez e, a quimioterapia também altera os hormônios. No início fiquei muito depressiva, do primeiro ao quarto dia de quimioterapia eu achava que ia morrer, pensava muito na morte, mas eu pratiquei caminhadas desde o principio e eu tomava muito remédio para efeito colateral da quimio. Por isso, quase não senti enjoo, o que me incomodava era a dor no corpo devido as injeções que induziam a produção de células brancas pela medula.
Hoje acabou meu tratamento. Eu passei 1 mês de férias no Brasil e foi revigorador. Voltei para o Canadá, onde encontrei um emprego na minha área e essa é a 3 semana que eu estou trabalhando o que é bom pois me distrai. Ainda tenho muito medo do câncer voltar, mas tento não alimentar esse medo. Hoje eu vou de bicicleta para o trabalho, pois os médicos falaram que exercícios aeróbicos são essenciais para impedir que o câncer volte. Eu também eliminei da minha vida alimentos processados, industrializados e reduzi os doces. Hoje como bem mais saudável e estou fazendo acompanhamento na esperança do câncer não voltar. Também vejo uma vez por mês um psiquiatra da agência do câncer e apesar de viver com muito medo do câncer voltar, vivo o presente, tento viver menos o futuro, tento sofrer menos pelo futuro. Antes eu era muito ansiosa, planejava muito o futuro e como hoje eu tenho medo do futuro eu tento viver mais o presente.
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